terça-feira, 21 de abril de 2009

Da (in) diferença na vida alheia

Há amigos de oito dias e indiferentes de oito anos.

Machado de Assis


Engraçado como os amigos vão se perdendo durante a vida. Parece que faz parte de fazer parte do mundo esse ato contínuo de substituição de pessoas. Talvez não substituição no sentido próprio da palavra, de ganhar um equivalente, mas sim no sentido de troca camarada: dou um amigo do peito por uma pessoa mais legal pra se conversar. Já troquei muita gente assim, por isso me sinto fazendo parte do mundo. Muitas vezes as pessoas vão para lados opostos, e aquele que era melhor amigo torna-se pessoa indiferente.
Curioso esse amadurecimento nosso. A gente acostuma a largar das pessoas. E o fulano, sumiu, Pois é, a gente não se fala há um bom tempo. Coisas assim se tornaram corriqueiras. Por isso, surgiu em meu rosto um sorriso saudoso, nostálgico, quando vi a atualização do orkut de uma conhecida: ela havia adicionado fotos de colegas de escola a um álbum chamado 'amigos para sempre'. De certa forma, vi um pouco de mim naquele ato, naquela menina, eu, que sempre me orgulhei tanto dos meus amigos. Eu a nomeei, cresci, vivi uma vida, troquei amigos. Agora começou a vez dela.

Um comentário:

Pamella Oliveira disse...

Engraçado isso tudo, né? A gente não fala que perdeu, mas de certa forma foi o que aconteceu. Ainda não inventaram uma forma de manter todos os amigos do jeito com que eles chegaram... tudo fica estranho com o tempo, indiferente mesmo! E a necessidade do "sempre" está SEMPRE presente. Aquela vontade de conversar e aquela falta de assunto...