segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lâmina

A ponta afiada percorre
leve
a pele em febre
trêmula
suave, a ponta dilacera
rasga
abre
um mundo

e quente, pegajoso
escorre, doce
a dor –
tão não-dor –
nas entranhas
o sal nos olhos
o agridoce no ar
o minuto-surdez
a areia na garganta
que grita: mais!

mais fio
mais ritmo
mais
e sempre
sempre mais

gozo

Nenhum comentário: