domingo, 12 de agosto de 2007

Redação de férias.

Me relutei a aceitar que se passaria um mês. Esperei ansiosa que o tempo passasse, e ele se arrastou. Pensei todos os dias no retorno. Queria que chegasse logo. Faltava pouco mais de um dia, então, quando soube. Uma péssima notícia. Não era certo, ainda, mas havia uma grande possibilidade. O chão me faltou, mas as lágrimas sobraram naquele domingo. Surgiu em mim um sentimento paradoxal: de certa forma, eu queria que demorasse mais um mês, para que nunca tivesse que lidar com aquilo; por outro lado, queria que os minutos se passassem com a velocidade de segundos, para que tivesse logo a confirmação. Foi com ansiedade que me levantei na segunda-feira, lágrimas nos olhos enquanto caminhava até o colégio. Esperei nervosa que aquele discurso sobre todos os problemas que a escola tinha enfrentado acabasse logo, e me dissessem logo o que eu mais queria ouvir (e menos queria saber). Alarme falso! Alívio e alegria explodiram no meu peito, eu não saberia dizer qual dos dois com mais intensidade. Mas, em seguida, uma notícia pior ainda. O chão me faltou novamente, e desta vez as lágrimas pareceram segui-lo. Não queria chorar, simplesmente estava em choque. Absoluto choque.

Foi a semana mais vazia da minha vida, não por faltar algo, mas por faltar alguém essencial. Alguém a quem me apeguei até demais, devo admitir. Mas me apeguei, e o que poderia fazer? Depois que o choque passasse, viria a tristeza. E veio. E as lágrimas não respeitaram o lugar público em que eu me encontrava. Simplesmente vieram. E vieram, e vieram. E não iam embora. De vez em quando somem um tempo. Mas voltam quando não vejo uma placa de carro passar, quando estudo e quando me lembro de alguém que foi, durante quatro meses, a pessoa com a qual eu mais me importava e em quem eu mais pensava. As lágrimas voltaram agora, também. Acho que nunca partirão para sempre. Vou carregar para o resto da minha existência um nó na garganta, e não sou capaz de desfazê-lo. Só você é. As lágrimas voltaram.

Um comentário:

Morgana disse...

não vou falar muita coisa por aqui pq vai por carta. mas como eu disse outro dia, o tempo tá aí pra curar as coisas. a ferida fecha, mas deixa marcas sim. a ferida vai ser lembrada pra sempre, mas um dia, mais cedo ou mais tarde, vai parar de doer.
--nós e nossos amores. =\